Amanhã o sol vai nascer ao norte
E a bússola apontará o tempo.
Não as horas,
Mas se vai chover ou nevar.
Amanhã vou partir do pressuposto
De que as mães são filhas de seus filhos
E de que o cego é mais feliz
Porque não vê a beleza do mundo.
Amanhã os beatos vão invadir
O beco dos vândalos
Para quebrar seus copos e espelhos
Ateando fogo nos seus telhados.
Que país é esse onde o elaborado “y”
É mais “pomposo” do que o simples “i”?
È o Brasyl das Maryas,
Das sebastyanas.
Amanhã vai nevar no Rio de Janeiro
E congelar as praias de Copacabana.
Amanhã eu vou de bermuda e regata
Para a Sibéria. Não vou perder o calor escaldante.
Amanhã a lua vai nascer
E morrer ao meio dia.
Amanhã será o dia depois de ontem
E o hoje será um pudim.
Amanhã as ONGs de paz
Ameaçarão seus aliados
Com facas e calibres trinta e oito.
Os terroristas distribuirão flores
Nas ruas, apaixonados pela vida, os suicidas.
Amanhã a paz será somente
Uma porção de sangue debaixo dos tapetes
E as cortinas serão usadas
Para que a luz do dia entre.
Amanhã quem não roubar vai preso
E quem matar será rei,
Numa terra onde matamos a carne
Para comer os ossos.
Esta terra: Brasyl
Ontem eu vi um defunto pela rua!
Mas, o mundo não vive cheio deles, Dom Casmurro?
Aqueles defuntos vivos por fora
Mas pútridos por dentro?
Pois sim, Dom Quixote
Penso logo existo? Já dizia o filósofo.
Ora, que calúnia!
Não da pra se viver num mundo onde
Só se preocupam que você pense.
Amanhã vamos beber nitroglicerina
E incendiar escolas com água.
Amanhã seremos nós mesmos
Seremos Brasil.
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