quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Réquiem vermelho



O que será de nós neste vazio?
Silêncio! E só nele, tão sós, calados, cálidos.
Com os passos daquele
Que produzia em memórias uma visão
Noturna, mesmo que sutil.
E só, com seus silêncios da noite
Retumba o sábio já deitado,
Calando nossas bocas
Com um enorme grito de silêncio.
Mastiga e ensina sua filosofia,
Poeta que só ele,
Mestre dos meus pequeninos passos
Dedicados agora nestes singelos versos
Vermelhos fúnebres, Réquiem carmim sutil.

Lembra então daqueles meses no qual me aparava?
Espera-me lá, poeta, depois do arrebol,
Porque estará gravado à ferro teu sangue,
Teus estigmas ao nó de minha carne fresca.

Tua imagem não se desfalece
Nem mesmo perante o tempo:
Majestosa ave das surpresas,
Senhor das cicatrizes.

Esperar-te-ei até o próximo arrebol.

ETERNO!

“Ouço e sigo os passos daquele, cuja voz nunca ouvi,
Mas tenho guardado aqui no peito, em algum local,
As lacunas da sua presença e do seu sorriso”.

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